
Notcias
16.11.15
Eroso em rea urbana
IPT faz proposição de diretrizes, com recursos de tecnologia a laser, para estabilização de processo erosivo em Rancharia
Um relatório técnico apresentando o diagnóstico e a proposição de diretrizes para a estabilização de um processo erosivo na Avenida Dom Pedro II, localizada no perímetro urbano do município de Rancharia (São Paulo), foi finalizado pela Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais do IPT em setembro dentro do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem). As conclusões do estudo realizado entre julho de 2014 e setembro de 2015 incorporam a avaliação das obras emergenciais implantadas pela Prefeitura Municipal na cabeceira do processo erosivo, entre julho e agosto de 2015, em razão do agravamento do problema no primeiro semestre.
![]() |
Ferramenta escolhida para o levantamento topográfico foi a telemetria a laser |
Para encontrar uma solução do problema, a equipe do laboratório do IPT dedicou os seis primeiros meses do projeto à elaboração de uma metodologia para fazer a topografia. “Adquirimos um novo equipamento para executar o projeto e, em fevereiro de 2015, o trabalho de campo teve início”, explica Samuel Barsanelli Costa, pesquisador do IPT. A ferramenta escolhida foi a telemetria a laser, na qual feixes de laser são usados para determinar a distância a um objeto com base na estimativa de tempo que o pulso de laser leva para chegar ao alvo, ser refletido e retornar ao equipamento. A tecnologia havia sido apontada como a melhor prática no levantamento morfológico de canais fluviais pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos, pela facilidade de uso, produtividade e menor tempo de treinamento das equipes.
ATENDIMENTO EMERGENCIAL – Na década de 1990, a área urbana da cidade de Rancharia não estava ainda completamente impermeabilizada e a urbanização não havia sido consolidada. Vinte e cinco anos depois, poucos espaços não construídos são encontrados na cidade, e o grande volume de água de chuva que se concentra na área do córrego terminou provocando em 2015 uma evolução remontante no processo erosivo – denominação que se refere a uma progressão no sentido da cabeceira. O resultado foi um aumento muito rápido do problema em direção à avenida, o qual chegou a aproximadamente 70 metros em quatro meses. “Enquanto a erosão aumentava dentro da área de aterramento de lixo, a velocidade não era alta; a partir do momento em que ela atingiu o terreno natural, que é um solo arenoso, a evolução do problema foi muito rápida”, explica Gomes.
![]() |
Levantamentos topográficos realizados no processo erosivo, evidenciando a evolução remontante em direção à Avenida Dom Pedro II pelo contorno da erosão na cabeceira |
“A telemetria a laser foi fundamental no momento porque, a cada alteração no processo erosivo, a equipe conseguia remodelar os desenhos em planta de maneira rápida. Além de a evolução ter ocorrido de maneira remontante, ou seja, na direção da cabeceira, ela também ocorreu lateralmente, expondo uma grande quantidade de lixo e interceptando redes de esgoto”, afirma Gomes. “Tivemos avanços com a telemetria em produtividade e em segurança, porque a equipe conseguiu coletar com rapidez as informações e trabalhar a uma maior distância dos pontos críticos de perigo do processo erosivo”, completa Costa.
CONCLUSÕES – Os sucessivos avanços do processo erosivo foram significativos para a alteração de sua conformação morfológica, provocando uma intensa mobilização de material para jusante que, além de assorear a própria base, seguiu seu fluxo no sistema de drenagem da bacia do Córrego do Grito. Essa situação se agravou no primeiro semestre deste ano e trouxe um alto risco às estruturas urbanas próximas, levando a Prefeitura Municipal a realizar obras emergenciais.
![]() |
Evolução do processo erosivo ocorreu de maneira remontante, ou seja, na direção da cabeceira, e também lateralmente, expondo grande quantidade de lixo e interceptando redes de esgoto |
Em relação ao meio ambiente, o impacto mais significativo na situação atual é o assoreamento das drenagens da bacia do córrego do Grito e subsequentes, provocado pela mobilização dos sedimentos provenientes dos depósitos e dos solos de alteração de arenito. “Esse impacto poderá ser mitigado por meio de medidas de engenharia que busquem um rápido confinamento, estabilizando o processo erosivo e cessando o transporte de sedimentos”, afirma Costa.
O conjunto de obras para a estabilização do processo erosivo deverá respeitar as características geológico-geotécnicas e hidrológicas da área de estudo, apresentadas no relatório do IPT, tendo como premissas a condução das águas pluviais pelo interior do processo erosivo, por meio de canal a céu aberto com estrutura drenante flexível, retaludamento dos taludes em solo natural e sistemas de drenagem tanto superficial quanto de subsuperfície. É importante, segundo a equipe do IPT, que as obras sejam feitas durante o período de estiagem e que seu acompanhamento seja realizado por profissionais experientes nesse tipo de obra. “Como o processo erosivo está apresentando evoluções significativas, adequações de projeto poderão ser necessárias durante a fase de implantação das obras”, conclui Gomes.
Outras notícias
-
23/04/2018
Novos materiais para sade
Engenharia tecidual com uso de nanofibras é nova tecnologia para desenvolver substitutos de tecidos em estudo no IPT -
20/04/2018
Turismo paulista
Curso oferecido pela Plataforma Pró Munícipios, em parceria com a SDECTI, auxilia cidades com potencial turístico -
18/04/2018
Guia para reas contaminadas
Manual para setor imobiliário, desenvolvido em uma parceria IPT, Secovi-SP e Aesas, será lançado em 26 de abril