29.09.20

Preveno contra queda de rvores

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IPT elabora Plano Preventivo de Defesa Civil para Florestas Urbanas em Santos; segunda fase do projeto é em novembro


A queda de árvores nas cidades brasileiras é uma realidade que se repete todos os anos, principalmente no verão quando ocorrem as chuvas e ventos de maior intensidade. Os transtornos são inúmeros, desde perdas materiais até vidas humanas. Esta situação é observada em árvores nas vias públicas localizadas em fragmentos florestais (vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração) e em maciços arbóreos (grupo de árvores de espécies nativas ou exóticas) presentes em áreas ambientalmente sensíveis ou de declives acentuados, próximas a áreas urbanizadas ou com comunidades instaladas.

O conhecimento das causas destas ocorrências pode direcionar ações preventivas que minimizem os riscos decorrentes da queda de árvores, tanto em áreas planas quanto em morros. Uma equipe multidisciplinar do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo um projeto, desde janeiro de 2020, para a elaboração do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) para Florestas Urbanas no município de Santos (SP), visando estabelecer critérios que permitam a emissão antecipada de alertas, com base na previsão de eventos extremos que possam resultar em riscos à população e à infraestrutura.

"Estamos verificando as ocorrências de quedas de árvores na planície e nos morros, que não tenham relação com os deslizamentos, e correlacionando com a dinâmica de ventos, precipitação, solo, geomorfologia e adensamento urbano", explica a pesquisadora da Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais do IPT e coordenadora do projeto, Raquel Amaral. Participam ainda do projeto, pelo Instituto, o Laboratório de Árvores, Madeiras e Móveis e o Laboratório de Vazão (túnel de vento), em parceria com a Defesa Civil de Santos, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Santos e a Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa), vinculada à Secretaria Municipal de Serviços Públicos.

O projeto está inserido dentro do convênio assinado em dezembro do ano passado entre o IPT e a Casa Militar do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC), que prevê a proposição de soluções inovadoras para o desenvolvimento e a eficiência dos planos de gestão e gerenciamento de riscos, assim como para ações preventivas e emergenciais, e pelo IPT tem a coordenação geral da Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais.  

Na primeira fase do projeto foram avaliados os dados do inventário arbóreo, contidos no Sistema de Informações Geográficas de Santos (SIGSantos),
Conhecimento das causas destas ocorrências pode direcionar ações preventivas que minimizem os riscos decorrentes da queda de árvores, tanto em áreas planas quanto em morros
 
das quedas de árvores ocorridas nos últimos anos relacionadas às condições climáticas (chuva e vento) no momento do acidente, e também foi feito um estudo da dinâmica de ventos a partir dos dados das estações meteorológicas da cidade, que foram fornecidos pela Praticagem de Santos e pelo Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas - NPH da Universidade Santa Cecília.

Estes dados permitirão o primeiro esboço de um mapa da cidade de Santos relativo às áreas de risco de queda de árvores, assim como um PPDC com estados de alerta para a população e para os órgãos e empresas envolvidos com as árvores da cidade, visando minimizar danos e acidentes. "Pretende-se que este plano preliminar seja testado e validado no próximo verão (2020/2021)", completa Amaral. 

Ainda nesta primeira fase do projeto, além dos esboços de mapas de risco e do PPDC preliminar para a queda de árvores, o IPT iniciará um treinamento sobre conceitos e fatores associados à queda de árvores para os técnicos das diferentes áreas da prefeitura de Santos, envolvidas com a segurança e gestão da arborização urbana.

DUAS FASES - Na segunda fase, a ser iniciada em novembro de 2020, um projeto-piloto será realizado em áreas de risco na planície e no morro Monte Serrat. Para esta etapa, os pesquisadores deverão, in loco, validar as informações sobre as árvores e relacionar com fatores de risco, como a ocupação, trânsito, ventos e áreas de alagamento, entre outros.

A expertise do IPT no estudo de maciços arbóreos/fragmentos florestais e de áreas degradadas, no diagnóstico e análise de risco de queda de árvores, no comportamento dos ventos, na hidrologia e na geomorfologia urbana está sendo primordial para a elaboração deste PPDC, com foco na segurança da população e na preservação do patrimônio.

"Queremos enfatizar a importância da prevenção em vez de um atendimento reativo, a fim de evitar riscos de acidentes à população, prejuízos em edificações e problemas na circulação de veículos", completa Amaral. "Para isso, está sendo fundamental a contribuição que o Coronel Daniel Onias Nossa, chefe do departamento da Defesa Civil, e sua equipe estão dando neste projeto, sendo parceiros frequentes nos trabalhos de campo e ponto focal entre o IPT e a prefeituta".

 
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