

16.01.20
Ponte Herclio Luz
Em trabalho de reinauguração da ponte, relatório do IPT aponta que revestimento do aço pode durar até 25 anos
Foi no ano de 1982 que um relatório técnico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) chegou à Secretaria de Transportes e Obras de Santa Catarina, e deu início ao processo de interdição da Ponte Hercílio Luz, na cidade de Florianópolis (SC) – a segurança estrutural estava comprometida por uma rachadura em um dos olhais da ponte. Após 28 anos de seu fechamento total, outro relatório técnico do IPT foi entregue – mas dessa vez, o documento ajudou a garantir a reinauguração da ponte e sua durabilidade pelos anos que virão.
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Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, foi reinaugurada no dia 30 de dezembro de 2019. Foto: Leonardo Souza |
“A maioria das empresas costuma fazer apenas uma estimativa baseada em literatura da resistência do material à corrosão”, inicia Sidney Pagotto Júnior, pesquisador do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT e responsável pelo projeto. “Fizemos também isso, mas fomos além. Instalamos corpos de prova de aço revestidos com zinco na região em que seriam aplicadas as estruturas, a fim de avaliar a taxa de corrosão do material”.
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Grades de aço utilizadas no piso da ponte receberam revestimento reforçado de zinco para proteger estruturas contra a corrosão |
“Para o ambiente em que estão expostas as estruturas, é uma durabilidade alta. O revestimento feito nas placas de metal tem 110 micrômetros de espessura; um bom revestimento conta normalmente com 50 ou 60 micrômetros. Como o ambiente é muito agressivo, houve um investimento da proteção das estruturas, o que ajuda a garantir a segurança dos transeuntes e a durabilidade da ponte”, explica Pagotto Júnior.
O IPT esteve presente na história da Ponte Hercílio Luz em diversas ocasiões. Além do relatório que determinou a interdição da ponte em 1982 e o fechamento total em 1990, e o presente estudo, o IPT realizou ensaios de flexão nas grades metálicas do piso da ponte em 2018, visando verificar o desempenho estrutural do material mediante a aplicação de cargas móveis e esforços de frenagem e aceleração de um veículo rodoviário. Esse último também foi importante para reinauguração da ponte, que ocorreu no final de dezembro de 2019.