

IPT na mdia
16.05.23
Alerta para voorocas
Fenômeno geológico que provoca a formação de grandes buracos de erosão é tema de reportagem na Revista Pesquisa Fapesp, com participação de pesquisador do IPT
Voçoroca, segundo o dicionário brasileiro de língua portuguesa Michaelis, é um termo usado na Geologia para se referir a uma depressão no solo, geralmente de grande profundidade, resultante de erosão subterrânea que atinge o lençol freático. Também chamada de boçoroca ou buracão, a voçoroca é um fenômeno geológico que consiste na formação de grandes buracos de erosão causados pela água da chuva e intempéries em solos onde a vegetação não o protege mais, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas.
A palavra ganhou destaque nos últimos dias por conta de seu surgimento no município de Buriticupu, no oeste do estado do Maranhão.
Segundo reportagem do Jornal Nacional de 13 de maio de 2023, a cidade está em situação de calamidade pública por conta de 26 crateras gigantes que se espalham em todas as direções. A Defesa Civil municipal diz que, atualmente, já mapeou 330 casas que estão em um raio de 50 metros das crateras, das quais 99 são consideradas de alto risco para desabamento.
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Voçoroca é um fenômeno geológico que consiste na formação de grandes buracos de erosão causados pela água da chuva e intempéries em solos onde a vegetação não o protege mais |
Uma reportagem publicada na edição de maio da Revista Pesquisa Fapesp mostra que as fendas que se agigantam com as chuvas intensas não são fenômenos exclusivos da cidade maranhense: as voçorocas se formam em áreas urbana e rurais das cinco regiões do Brasil. No estado de São Paulo, um relatório técnico do IPT, apresentado em 2015 em um congresso realizado em Natal, no Rio Grande do Norte, identificou 1.398 processos erosivos em áreas urbanas de 326 municípios, dos quais 949 foram classificados como voçorocas e 449 como ravinas, como são chamados os processos erosivos com profundidade acima de 1 metro (m), que podem evoluir para voçorocas.
“Considerando o desmatamento e o uso inadequado do solo, se a água da chuva é lançada de forma concentrada em uma velocidade acima do que o solo suporta, começa o processo erosivo”, explica o pesquisador Claudio Luiz Ridente Gomes, um dos autores do relatório do IPT, que foi entrevistado para a reportagem.
Leia a matéria na íntegra: